
Desde o mês de dezembro de 2021, cerca de 300 famílias têm ocupado um terreno público pertencente a Santa Cruz do Capibaribe com objetivo de conseguir dialogar com a administração do prefeito Fábio Aragão. O MTST do município envaminhou novamente uma nota de repúdio contra o prefeito. Em nota, diversos adjetivos são elencados ao prefeito, por não ter ainda dialogado com o movimento.

O coordenador do MTST no município, Osiel Porfírio, em recente entrevista à Rádio Polo, falou que já teria tido um contato com o prefeito afim de buscar uma solução para as famílias. Segundo Osiel, o encontro aconteceu e uma nova data havia sido agendada para o mês de novembro. Com o não cumprimento, o movimento decidiu ocupar a área, mas sempre deixou aberto ao diálogo. (Clique aqui e relembre)

O prefeito Fábio Aragão se defendeu e disse que com a ocupação, o “diálogo foi quebrado” e que aguardaria um posicionamento da Justiça, além disso, o prefeito não concordou com utilização do nome do seu pai que batizou a ocupação de ‘Ocupação Fernando Aragão’. (Relembre aqui)
O prefeito enviou nota de repúdio contra o movimento no dia 14 de dezembro. (Relembre aqui)
Confira a nota do MTST enviada neste domingo (09) na íntegra:
O MTST, filiado à União Nacional por Moradia Popular, repudia veementemente a atitude do prefeito Fábio Aragão, de Santa Cruz do Capibaribe, em se negar a dialogar com o movimento que agora em fevereiro completará 22 anos de história de muita luta, ocupação e, sobretudo, construção de aproximadamente 10 mil moradias populares, conquistadas na luta diária de seus dirigentes, filiados e filadas.
Desde dezembro de 2021, cerca de 300 famílias estão na luta para tentar obter um terreno da prefeitura que não cumpre sua função social, e estava abandonada apenas para fins de especulação imobiliária ou para fazer favores aos seus pares no futuro próximo. Até o presente momento, o prefeito Fábio Aragão simplesmente ignorou o pedido da campanha Despejo Zero, que até com o Ministro Barroso sentou para impedir que durante a pandemia seja suspensa toda reintegração de posse no território nacional.
O prefeito Fábio Aragão ignorou o pedido do Movimento Nacional de Direitos Humanos, atuante em todo território nacional, para se buscar o entendimento através do diálogo franco e fraterno com a direção do movimento.
O prefeito Fábio Aragão ignorou o pedido da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Pernambuco, para que fosse aberto diálogo com o movimento, e o mesmo continuou a ignorar, desrespeitando a presidência desta respeitosa comissão (deputadas Juntas).
O povo de Santa Cruz do Capibaribe estranha um prefeito tão jovem com um comportamento rude, antirrepublicano, desumano e antidemocrático, que se nega constante e reiteradamente a dialogar conosco. O movimento reconhece o esforço do secretário Jason Lagos, que vem tentando também abrir este diálogo, mas o prefeito se nega a conversar com pessoas que simplesmente lutam dignamente por uma moradia, direito este garantido no artigo 6° da Constituição da República Federativa do Brasil.
O movimento repudia a atitude do Fábio Aragão, que diz ser movido por princípios democráticos e cristãos, em querer resolver o problema público ordenando o Batalhão de Choque fazer uso da violência estatal em cima das nossas crianças, jovens, adultos e idosos, que muitos desses, no dia da eleição, lhe depositaram sua confiança através do voto, e o respectivo mandato de prefeito de Santa Cruz do Capibaribe.
A nossa luta sempre será pela busca do diálogo, da pressão política, da denúncia e também de construção de pontes com prefeitos e prefeitas que tenham a cultura política de diálogo e preservar a tão jovem democracia brasileira.