Secretário nas duas gestões do ex-prefeito Edson Vieira e candidato a vice-prefeito em 2020, Joselito Pedro fez algumas afirmações, durante entrevista ao programa Estúdio Livre da Rádio Polo, sobre o resultado da eleição deste ano em relação ao grupo que milita, o Boca Preta.
Para Joselito, alguns erros foram cruciais para o baixo desempenho eleitoral apresentado pela candidata Alessandra, que obteve pouco menos de 12 mil votos e perdeu com uma diferença de mais de 24 mil.
Federalização e Religião: “Super atrapalhou”, avalia Joselito
Para Joselito, os dois tópicos que mais prejudicaram a campanha de Alessandra foram a federalização da disputa municipal e a busca do voto religioso, especificamente o segmento evangélico. O candidato a vice-prefeito na chapa de Alessandra era o Presbítero Ezequias.
“Desde o começo que sempre fui contra, tínhamos em pesquisa essa informação de não federalizar a campanha, foi um erro tremendo do grupo insistir nisso, de trazer Bolsonaro para a campanha. A partir dali eu vi as pessoas passarem a reclamar, os jovens e os professores se afastarem e fui alertando o tempo todo. Eu via as pessoas se afastando e ninguém chegando”, alegou ele.
Identidade desconhecida
Joselito apontou que não esteve na coordenação da campanha por entender que a Alessandra candidata a prefeita com o contexto apresentado, não era a que ele conhecia.
“Ela fez uma gestão como secretária de Ação Social defendendo pautas leves que aglutinaram o coletivo, assim como fez enquanto deputada na Alepe, de defesas de pautas leves e, de repente, ela quis trazer esse peso de Bolsonaro, de Michelle. Eu não consegui encontrar a Alessandra que eu conheço, que é uma pessoa leve, que gosta de gente, que é popular, que brinca na frente do palco do Bregaribe, ficava difícil pra mim e por isso não quis fazer parte da coordenação”, lamentou o ex-secretário.
Futuro do grupo Boca Preta
Defendendo o nome de Edson como “líder indiscutível”, Joselito aponta que o grupo precisa de uma reflexão e que é o deputado estadual quem deve abrir o “leque” para buscar novas lideranças que possam injetar esperança na ala.
“É indiscutível a importância de Edson no grupo Boca Preta, eu comparo muito com a importância de Zé para o grupo Taboquinha. Zé trouxe esperança (para o grupo Taboquinha) e aí chegou Edson e acendeu nosso grupo e teve todas as oportunidades que o eleitor podia dar. É nosso deputado estadual, mas creio que a partir de agora é necessário uma reflexão. Eu aposto e julgo que todo pensamento, toda ação, a partir de agora tem que ser pensada de forma coletiva, para o grupo crescer”, falou.
Indagado se seu nome estaria disponível para essa renovação, o ex-secretário se colocou à disposição para discutir nomes que possam ocupar a liderança.
“Eu acho uma responsabilidade muito grande chegar aqui e dizer que sou o líder do grupo, estou à disposição para discutir isso e a gente vê a partir daí quem está predisposto e terá essa disponibilidade de estar a frente do grupo, porque envolve estrutura que vem de cima, vontade e coragem”, apontou.
“Edson é nosso deputado estadual, eu considero que não vai ser fácil pra ele colocar essa liderança a disposição, mas creio, e ele percebe, que é necessário, o grupo precisa de sangue novo”, argumentou.
Assista a entrevista na íntegra abaixo: