Em nota, ela disse que agiu “movida por agressões e mentiras”
A vereadora Zirleide Monteiro (PTB) foi à tribuna da Câmara de Arcoverde, na reunião desta segunda-feira (30), para criticar as piadas em relação a um tombo que ela levou durante uma sessão na semana passada. O vídeo acabou viralizando na região, e gerou revolta da parlamentar.
Durante discurso, ontem, Zirleide acusou um servidor da Casa de ter compartilhado as imagens. Em uma lamentável declaração, ela falou sobre uma opositora, que também teria feito piadas com o ocorrido. A vereadora disse que a mulher tem um filho com deficiência, o que já seria uma espécie de “castigo divino”.
“O castigo de Deus, ele está aqui em vida. Quando ela veio com um filho deficiente, é porque ela tinha alguma conta a pagar com aquele lá de cima. Ela já veio para sofrer”, afirmou.
O trecho acabou provocando revolta entre os presentes. O presidente da Casa, Siqueirinha, repreendeu Zirleide.
“Em forma de respeito a todas as mães que têm um filho deficiente, eu acho que a senhora foi muito infeliz em suas palavras. Eu acredito que a senhora foi muito infeliz. Eu quero pedir desculpa em nome da vereadora Zirleide. Eu, como presidente, quero pedir desculpa”, disse Siqueirinha, revoltado.
Quem também gravou um vídeo contra a vereadora foi o ex-vice-prefeito, Delegado Israel Rubis, que tem uma filha no espectro autista.
“Eu sou pai de uma adolescente autista e não admito esse tipo de preconceito. Minha filha é autista, tem 16 anos e tem deficiência, e pode ter certeza que ela é muito melhor que certas pessoas que não possuem deficiência”, afirmou Rubis.
Zirleide enviou uma nota ao Blog Cenário pedindo desculpa às pessoas com deficiência e seus familiares. Em um extenso texto, a parlamentar disse que foi “movida por agressões e mentiras”.
“Não quero justificar essas agressões fortuitas de terceiros pelas palavras indevidas por mim proferidas, apenas situar que sim, faltou-me tranquilidade e serenidade para agir e falar. Mas, repito, o respeito, a preocupação e a nossa luta em defesa das pessoas com deficiências são inerentes a minha pessoa e ao mandato que exerço”, diz um trecho da nota.
Fonte: Blog Cenário
