Alta taxa de mortalidade e reinfecção é característico na região
Após o enorme crescimento dos casos de Covid-19, e principalmente de mortes no Agreste de Pernambuco, a Prefeitura de Caruaru assinou um convênio com a UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) para realizar um monitoramento epidemiológico de variantes do vírus SARS-COV-2. A primeira nota técnica foi entregue nesta segunda-feira (07) e trouxe um dado alarmante com relação a predominância da variante P.1, identificada inicialmente em Manaus.
De 48 amostras de Swabs nasofaringes enviadas ao Núcleo de Pesquisa em Inovação Terapêutica Suely Galdino (NUPIT-SG) provenientes de pacientes de Caruaru (47) e Toritama (01), 29 foram selecionadas para realização do sequenciamento genético da doença, que resultou em 27 casos da variante P.1 ou Gamma, conforme designação proposto pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
“A predominância da variante P.1 do SARS-COV-2 na região do Agreste é preocupante em função da presença de mutações que resultam em maior transmissibilidade. Essa variante geralmente provoca quadros mais graves, o que justifica o seu predomínio nos casos avaliados de Caruaru, onde todos os pacientes tinham alterações respiratórias, com demanda de oxigênio”, explicou a professora pesquisadora da NUPIT-SG, Michelly Pereira.
Ainda de acordo com o relatório, estudos indicam uma alta taxa de mortalidade relacionada à infecção da variante P.1, especialmente devido à superlotação das UTIs (Unidades Intensivas de Saúde), o que confirma a gravidade da situação dos municípios da região. Em Caruaru, há uma elevação permanente no número de reinfecções, especialmente nos últimos 90 dias, o que pode ser um forte indicativo da presença de outras variantes.
“É de extrema urgência a ampliação da cobertura de imunização para a região do Agreste para tentar conter o avanço dos casos de contaminação e salvar vidas”, finalizou o professor Valdir Balbino, pesquisador do Laboratório de Bioinformática e Biologia Evolutiva (Labbe).