Os síndico e subsíndico do Moda Center, Tales Nery e Ralph Lagos, respectivamente, estão em uma importante missão na Capital Federal. O objetivo é visitar gabinetes de deputados e senadores pernambucanos e entregar para cada um deles uma pauta com reivindicações de interesse não só do centro de compras, mas de todo o Polo de Confecções do Agreste.
Entre os pontos dessa pauta, está a proposta de criação de uma “Frente Parlamentar da Moda”, composta por políticos não só de Pernambuco, mas também de outros estados que possuem forte atividade no setor de confecções. Essa frente atuaria em defesa desses polos confeccionistas, pressionando o Governo Federal a rever, em especial, o aumento da concorrência, muitas vezes desleal, causado por empresas asiáticas que contam com incentivos tributários.
A nova problemática para o setor
Recentemente, o Governo Federal instituiu o programa ‘Remessa Conforme’, que implementou uma nova política de impostos frente às importações de produtos, principalmente vindos de fabricantes chineses.
No setor confeccionista, as importações abaixo dos 50 dólares (pouco mais de 250 reais na cotação atual), se tornaram um gargalo de crescimento, já que o recolhimento de impostos, 17% de ICMS no ato da compra, é irrisório se comparado ao que é cobrado das empresas nacionais no mesmo segmento, que podem oscilar de 20% a 35% recolhidos para os cofres públicos.
“É uma situação muito séria e que precisamos, com muita dedicação e cautela, buscar soluções práticas que possam proteger toda essa cadeia produtiva. Só em nosso Polo de Confecções, são quase 600 mil empregos diretos e indiretos que dependem desse setor e que podem estar em risco caso essa concorrência com empresas asiáticas continue assim, de forma quase desleal. Essa ‘Frente Parlamentar da Moda’ que estamos propondo pode ajudar nesse enfrentamento que temos”, pontuou Tales Nery.
As reivindicações:
No ofício que está sendo entregue à maior quantidade possível de deputados federais e senadores pernambucanos, está a seguinte pauta:
1 – Isonomia tributária para as empresas que fazem parte do Polo de Confecções de Pernambuco, igualando assim as chances de concorrência;
2 – Implantação de uma unidade do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE), com cursos voltados especialmente para a cadeia têxtil e de confecção, qualificando e diminuindo a escassez de mão de obra;
3 – Implantação de uma ação permanente de segurança pública durante os dias de feira nas rodovias que dão acesso aos centros de compras em Santa Cruz, Toritama e Caruaru;
4 – Destinação de recursos que viabilizem a revitalização do canal pluvial, localizado lateralmente ao Moda Center (em Santa Cruz do Capibaribe);
5 – Criação da ‘Frente Parlamentar da Moda’, composta por políticos de estados com forte presença no setor confeccionista para que, juntos, possam atuar em defesa do setor têxtil e de confecções.