29 casos já foram relatados no Brasil

Na tarde deste domingo (06) a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco confirmou que foi diagnosticado o primeiro caso de mucormicose em uma paciente de 59 anos de idade residente no município de Casinha, no Agreste.
A mulher contraiu a Covid-19 em março e um mês depois desenvolveu uma pneumonia bacteriana. Estudos clínicos estão sendo realizados para saber qual associação do fungo negro com algumas das duas doenças.
“A paciente já está recuperada da Covid-19, mas, no tratamento, apesar de não ter sido hospitalizada, fez uso de antibiótico e corticóides. Ela é diabética, hipertensa, asmática e obesa, e está internada em enfermaria no Oswaldo Cruz, desde a última sexta-feira (04/06), consciente e com quadro de saúde estável. Antes da admissão no hospital universitário, ela passou por outros serviços, tendo, inclusive, realizado procedimento cirúrgico na região afetada – boca. A infecção por mucormicose foi confirmada por meio de exame histopatológico”, informou a Secretaria de Saúde.
A mucormicose causa lesões necróticas invasivas no nariz e palato, acompanhado de dor, febre, celulite orbitária, proptose e secreção nasal purulenta, além de poder atingir o sistema nervoso central e o pulmão, causando graves lesões, podendo levar o paciente à morte. Em muitos casos, a parte do corpo necrosada é retirada através de cirurgia.
O chefe do setor de doenças infectocontagiosas do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, o infectologista Demetrius Montenegro, afirmou que a doença ocorre em pessoas com baixa imunidade e que a diabetes é uma comorbidade de risco tanto para Covid-19 quanto para a infecção fúngica.
“A murcomicose é uma doença já conhecida, que ocorre em todo o mundo. Apesar da gravidade, a doença não passa de uma pessoa para outra e o diagnóstico precoce é o mais importante, para evitar a necrose dos tecidos infectados pelo fungo. A paciente continua sendo tratada e avaliada para que possamos ver a necessidade de intervenções cirúrgicas futuras”, afirmou.
No Brasil, neste ano, já foram notificados 29 casos da mucormicose, dos quais pelo menos quatro são investigados pela associação com a Covid-19.
Tratamento – depende do avanço da infecção e inclui remoção cirúrgica dos tecidos necróticos e uso de drogas antifúngicas de uso intra-hospitalar. O diagnóstico, após a suspeita clínica, é feito com biópsia do local afetado para microscopia e cultivo.















