Após 8 anos do último registro de raiva humana em Pernambuco, o Estado voltou a detectar um caso após uma mulher de 56 anos de idade ser internada no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc) em Santo Amaro, no Recife, após ter sido atacada por um sagui, na mão esquerda.
O ataque do animal aconteceu em Santa Maria do Cambucá, no Agreste de Pernambuco. Ela deu entrada na unidade hospitalar no dia 31 de dezembro, com um quadro de dormência que se irradiou para o tórax, dores e fraqueza.
A Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE) informou que, às 23h da terça-feira (9), o exame realizado pelo Instituto Pasteur, em São Paulo, confirmou a infecção pelo vírus da raiva.
“A paciente foi atendida no dia 31 dezembro e, no dia 2 de janeiro, teve uma piora significativa, indo para a ventilação mecânica e apresentando um quadro neurológico grave de agitação, além de insuficiência respiratória”, informa a médica do Huoc, Ana Flávia Campos.
O vírus tem letalidade de quase 100% dos casos, segundo o Ministério da Saúde. O médico infectologista João Paulo França, do Huoc, foi entrevistado pelo jornal Diário de Pernambuco, e alertou que a raiva pode ser transmitida até mesmo por um animal já morto e se trata de uma doença infecciosa grave e que ocorre em mamíferos, a exemplo de cães, gatos, morcegos e macacos, que inclusive foi o causador deste último caso.
Raro
Em 2009, um pernambucano da cidade de Floresta foi o primeiro brasileiro a ser curado da doença e o terceiro no mundo. Marciano Menezes da Silva, que tinha 16 anos há época, foi contaminado pela raiva humana após ser mordido por um morcego hematófago próximo a sua residência. De outubro de 2008 a setembro de 2009, ele ficou internado e terminou se tornando um caso de referência mundial no tratamento como o primeiro brasileiro, e terceiro no planeta, a ser curado da doença.