
O Governo de Pernambuco decretou, nesta semana, situação de emergência em saúde pública por 90 dias em razão do aumento expressivo na ocupação dos leitos de UTI neonatal e pediátrica. A medida, publicada no Diário Oficial do Estado, foi assinada pela governadora Raquel Lyra (PSD) e tem validade inicial até 26 de agosto de 2025, podendo ser prorrogada, caso necessário.
Segundo o decreto, os leitos destinados ao atendimento de crianças e recém-nascidos estão praticamente lotados, com taxa de ocupação de 88% registrada até a última quinta-feira (22). O aumento de casos está diretamente relacionado ao avanço da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) causada por vírus, comum no período sazonal que vai de março a agosto.
Na 21ª Semana Epidemiológica do ano, encerrada no último sábado (24), Pernambuco notificou 2.544 casos de Srag, sendo 1.746 (68,7%) em crianças de 0 a 14 anos e 798 (31,3%) em maiores de 15 anos, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE).
A secretária estadual de Saúde, Zilda Cavalcanti, destacou que a medida visa ampliar a capacidade de resposta do estado diante da pressão sobre a rede hospitalar. “Estamos mobilizados para coordenar todas as ações necessárias, em parceria com os municípios, fortalecendo a vigilância, a regulação de leitos e o suporte aos profissionais de saúde”, afirmou.
Desde o início do ano, 253 leitos pediátricos já foram abertos para reforçar o atendimento durante o pico de doenças respiratórias. O decreto autoriza ainda a adoção de medidas administrativas urgentes, como plantões extraordinários, além da ampliação e regulação da rede de atenção à saúde infantil.
As diretrizes para contenção da emergência serão articuladas pela Secretaria de Saúde, que poderá expedir normas complementares para a execução das ações previstas no decreto.