Os deputados federais votados em Santa Cruz do Capibaribe e que tem representatividade de grupos ou lideranças políticas locais, votaram pela derrubada do veto presidencial ao Fundo Partidário de R$ 5,7 bilhões, para serem gastos no financiamento das campanhas eleitorais em 2022, previstas na Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO).
O deputado federal Eduardo da Fonte (PP) que tem como principal cabo eleitoral o prefeito de Santa Cruz do Capibaribe Fábio Aragão e parte do grupo Taboquinha votou contra a decisão de Bolsonaro.
Fernando Filho, deputado federal apoiado pelo ex-prefeito Edson Vieira e pela deputada estadual Alessandra Vieira, também acompanhou o voto de Eduardo da Fonte e votou pelo não ao veto.
Sílvio Costa Filho, apoiado por José Augusto Maia e pelos filhos, o diretor do Procon Tallys Maia e o vereador Augusto Maia, votou não e também concordou com a liberação dos 5,7 bilhões para serem gastos nas campanhas do próximo ano.
Por fim, o deputado André de Paula, que conta com apoio do grupo verde encabeçado por Allan Carneiro e pelo empresário Valmir Ribeiro, pré-candidato a deputado estadual, também decidiu não apoiar o veto de Bolsonaro e votou pela derrubada.
Além dos votos dos parlamentares, o veto presidencial foi derrotado por 317 votos a 143. Partidos do Centrão e da esquerda, como o PT, votaram pela derrubada do veto. As únicas bancadas que votaram pela manutenção do veto, foram as do PSL, Podemos, PSOL e Partido Novo.
O veto foi derrubado posteriormente e definitivamente pelo Senado, pelo placar de 53 votos a 21. Dos senadores pernambucanos, Fernando Bezerra Coelho (MDB) votou não, e Humberto Costa (PT) votou sim pela manutenção do veto.
Engano
Após seu voto, o senador Humberto Costa utilizou as redes sociais para afirmar que teria votado de maneira equivocada. O petista destoou da bancada do partido e votou pelo veto presidencial. Em nota, o senador afirmou que faz uma “defesa intransigente do financiamento público das campanhas”.
“Pessoal, quero registrar publicamente o engano que cometi numa votação dessa sexta no Congresso. Minha posição, juntamente com a de minha bancada e a do meu partido, era favorável à derrubada do veto de Bolsonaro sobre o fundo eleitoral. Votei “sim”, pela derrubada do veto, quando o correto seria votar “não”, pela leitura legislativa do não acatamento do veto. Jamais votei contra a orientação do PT e dos meus colegas de bancada. Ainda mais em um tema como esse. Todos sabem que a minha postura sempre foi a da defesa intransigente do financiamento público das campanhas como forma de assegurarmos um sistema eleitoral mais justo e democrático. Na próxima sessão do Congresso, farei questão de registrar isso publicamente como forma de que conste nos anais da Casa a minha posição sobre o tema, que, por um equívoco não raro de acontecer entre parlamentares, não se traduziu no voto que dei”, disse Humberto.