
Uma declaração do deputado estadual Júnior Matuto (PSB) durante discurso no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), nesta terça-feira (8), gerou repercussão pelo teor considerado inadequado. Ao comentar a postura do presidente da Casa, Álvaro Porto (PSDB), o parlamentar utilizou a expressão “cunhão roxo e a pinta preta” para exaltá-lo, em referência à condução de um projeto de lei.
A frase foi dita ao elogiar a iniciativa de Álvaro Porto de pautar o projeto que pretende acabar com a cláusula de barreira em concursos públicos da área de segurança, permitindo que mais candidatos aptos avancem nas etapas seletivas. A proposta, se aprovada, pode beneficiar, inclusive, certames em andamento, como o da Polícia Civil.
Após a repercussão negativa da fala, considerada por alguns colegas como de cunho machista, Júnior Matuto divulgou nota alegando que a expressão foi usada para enaltecer a “integridade e firmeza” do presidente da Alepe, afirmando que se tratava de uma expressão popular do interior nordestino, que poderia ter sido mal interpretada fora desse contexto.
Segundo ele, a postura de Álvaro Porto representa resistência a pressões externas, “especialmente por parte do governo do estado e da governadora Raquel Lyra (PSDB)”.
Apesar da inclusão do projeto na pauta, a matéria não foi votada por falta de quórum. Apenas 19 deputados estavam presentes, quando seriam necessários ao menos 25 para a deliberação. Álvaro Porto prometeu colocar novamente a proposta em pauta nesta quarta-feira (9) e criticou parlamentares da base governista por esvaziarem a sessão.
O Governo do Estado e o presidente da Alepe não se manifestaram oficialmente sobre o episódio. Entretanto, Álvaro Porto solicitou que a fala de Júnior Matuto fosse retirada dos anais da Casa Legislativa.