Anvisa nega pedido de importação da Sputnik V para o Brasil

Pernambuco e estados do Nordeste deixam de receber 29,6 milhões de doses

Dose da vacina Sputnik V – Foto: Divulgação/Reuters

 

Na tarde desta segunda-feira (26) a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) rejeitou através de seus cinco diretores, o pedido de autorização excepcional para importação da vacina russa Sputnik V pelo Brasil. Pernambuco e estados do Nordeste se preparavam para receber 29,6 milhões de doses da vacina.

De acordo com as gerências técnicas envolvidas na análise da vacina, a falta de dados e falhas identificadas nos estudos e no processo produtivo da vacina impedem que seja garantida a eficácia, segurança e qualidade do produto.

Além de Pernambuco, tiveram seus pedidos avaliados pela Anvisa, Bahia, Acre, Rio Grande do Norte, Maranhão, Mato Grosso, Piauí, Ceará e Sergipe. Estão pendentes os pedidos de Rondônia, Sergipe, Tocantins, Amapá e Pará, além dos municípios do Rio de Janeiro, Niterói e Maricá.

Os pedidos somam 66 milhões de doses que poderia vacinar 33 milhões de pessoas por meio de duas doses. Para o diretor da Anvisa, Alex Machado Campos, que também é relator dos pedidos, o imunizante traz riscos à saúde.

“Para os pleitos ora em deliberação, o relatório técnico da avaliação da autoridade sanitária ainda não foi apresentado, os aspectos lacunosos não foram supridos, conforme as apresentações técnicas. Portanto, diante de todo exposto, verifica-se que os pleitos em análises não atendem, neste momento, às disposições da Lei 14.124 e da Resolução da Diretoria Colegiada 476, de 2021, razão pela qual eu voto pela não autorização dos pedidos de importação e distribuição da vacina Sputnik V solicitados pelos estados que já relacionamos”, falou.

Além disso, os diretores avaliaram a presença de adenovírus com capacidade de reprodução no composto da vacina, o que traz riscos à saúde. O código genético do Sars-Cov-2, que é o vírus da Covid-19, é inserido no adenovírus que ao ser administrado estimula as células do organismo a produzir uma reposta imune.

Outra avaliação está relacionada a documentação do imunizante, onde a Gerência Geral de Inspeção e Fiscalização da Anvisa informou que não foi apresentado relatório técnico de aprovação da vacina para verificar seu controle de qualidade na fabricação.

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