Nesta quarta-feira (29), em Brasília, o síndico e o subsíndico do Moda Center, Tales Nery e Ralph Lagos, respectivamente, se reuniram com o Presidente da República em exercício, e também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB). A reunião teve como objetivo apresentar uma pauta de reivindicações de interesse do Polo de Confecções de Pernambuco, assim como apresentar o potencial empreendedor do Moda Center e dos demais centros de compras da região que, juntos, formam uma cadeia produtiva geradora de milhares de empregos.
O encontro aconteceu na Esplanada dos Ministérios, sendo resultado da última missão realizada pelos representantes do Moda Center na capital federal, no último dia 26 de outubro. Os diretores do centro de compras também discutiram com o presidente em exercício a nova problemática enfrentada pelo setor de confecções desde que o Governo Federal instituiu, em 1º de agosto deste ano, o programa ‘Remessa Conforme’, que implementou uma nova política de impostos frente às importações de produtos, principalmente vindos de fabricantes chineses.
No setor confeccionista, as importações abaixo de 50 dólares (pouco mais de 240 reais na cotação atual), se tornaram um gargalo no crescimento, já que o recolhimento de impostos, 17% de ICMS no ato da compra, é irrisório se comparado ao que é cobrado das empresas nacionais no mesmo segmento, que podem oscilar de 20% a 35% recolhidos para os cofres públicos. Na última terça (28), o ministro havia pontuado que o próximo passo será discutir o Remessa Conforme, visando implementar o imposto de importação, atualmente de 60%, também em produtos abaixo dos 50 dólares, mas sem dar prazo de quando isso pode acontecer.
“Foi uma grande oportunidade que tivemos de mostrar para o presidente e ministro de uma pasta tão importante todo o potencial da nossa região. Também pudemos mostrar para ele as nossas problemáticas e reivindicar nossas demandas que, se atendidas, darão um grande passo no desenvolvimento desse grande polo que temos. Nós, como representantes dos condôminos e demais comerciantes, estamos fazendo nosso papel que é mostrar que somos gigantes não só para Pernambuco, mas para todo o Brasil”, destacou Tales Nery.
Confira as reivindicações:
1 – Isonomia tributária para as empresas que fazem parte do Polo de Confecções de Pernambuco; igualando assim às chances de concorrência;
2 – Implantação de uma unidade do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE), com cursos voltados especialmente para a cadeia têxtil e de confecção, qualificando e diminuindo a escassez de mão de obra;
3 – Implantação de uma ação permanente de segurança pública durante os dias de feira nas rodovias federais que dão acesso aos centros de compras desses municípios, diminuindo a criminalidade e aumentando o volume comercial nestas cidades;
4 – Promover, em Santa Cruz do Capibaribe, reuniões com integrantes da Comissão de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Com isso, o Polo de Confecções do Agreste poderia ser ainda mais conhecido na esfera federal e ter um acesso mais direto as ações, planejamento e recursos que fomentem esse desenvolvimento;
5 – Conclusão das obras de duplicação da BR-104, principal rodovia utilizada pelos clientes que vem realizar negócios nos centros de compras presentes nos três municípios citados, assim como para o escoamento da produção dos artigos de moda e vestuário produzidos nas cidades pernambucanas que compõem esse mesmo Polo;
6 – Implantação de unidades do ‘Sistema S’ em Santa Cruz do Capibaribe, com destaque para uma unidade do Senai (com cursos técnicos voltados a realidade econômica da região), uma unidade do Senac com cursos profissionalizantes e uma unidade do Sebrae, com objetivo de fomentar o desenvolvimento sustentável das micro e pequenas empresas. Outra unidade desse sistema, que seria muito bem-vinda, é o Sesc, que tem como objetivo proporcionar bem-estar e qualidade de vida aos trabalhadores e seus familiares.
7 – Conclusão da Adutora do Agreste, obra iniciada em 2013, que tem como objetivo beneficiar 68 municípios pernambucanos que enfrentam problemas hídricos; uma população estimada em mais de 2,5 milhões de pessoas atualmente. Recentemente, fora anunciado pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), em 3 de agosto deste ano, que a atual intervenção contempla o aumento da oferta de água em apenas oito municípios (Pesqueira, Alagoinha, Sanharó, Belo Jardim, São Bento do Una, Tacaimbó, São Caetano e Caruaru), deixando Santa Cruz do Capibaribe e Toritama novamente de fora.