Na última quinta-feira (15) aconteceu a eleição da nova Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Capibaribe, que acabou escolhendo Zeba como novo mandatário do Poder Legislativo a partir de 2023. E muito se engana quem acredita que após a divulgação da chapa vencedora, o pleito se encerrou.
Três parlamentares se manifestaram publicamente sobre o resultado, no mesmo tom, de decepção com as escolhas dos grupos políticos e dois deles, ambos da bancada Mudança e Trabalho, em tom que indica que as lideranças do grupo terão trabalho para reunir a segunda maior bancada da atual legislatura.
O vereador Emanuel Ramos, preterido por Zeba, emitiu uma nota na tarde de ontem (16), onde falou sobre a iniciativa de compor uma chapa com as três bancadas, denominada de maneira errada de “lista tríplice”, quando o correto seria “aliança tríplice”, listas tríplices são processos em que três nomes são indicados para que um seja escolhido, geralmente este é o processo que acaba indicando reitores de universidades públicas, quando após uma consulta entre estudantes e funcionários, os três candidatos mais votados são apresentados em uma lista onde o(a) governador(a) de um estado ou o(a) presidente da República indica quem irá comandar a instituição.
Voltando ao relato de Emanuel, o parlamentar falou sobre sua na iniciativa de uma mesa com parlamentares das três bancadas, afirmou ter ainda conseguido reunir os votos necessários, mas afirmou que “alguns integrantes” do seu grupo, teriam descumprido com a palavra firmada, sem citar nomes.
“Dói lembras [sic]as conversas, desde o início que muitos diziam que não devíamos nem ter candidato e ceder à pressão do grupo azul, e também, ter o voto prometido e na hora não se realizar”, diz um trecho da nota.
Emanuel isentou as lideranças do seu trupo político, afirmando que a resistência surgiu “entre os companheiros da Câmara […] inclusive da que fazia parte da chapa”, antes, ele revela que a vereadora Nega (PSD) também estava na chapa que foi descartada antes da disputa.
Confira a nota:
“Deus está no controle de tudo.
Minha intenção era que pudéssemos fazer a Câmara ser forte e atuante. A princípio Eu, os vereadores Gilson Julião, Flávio Pontes e Soares tentamos o que chamávamos de “Utopia”, uma mesa tríplice, para que a Câmara ficasse independente das disputas político-partidárias e voltasse a ter o respeito da população. Infelizmente tivemos oposição de vários colegas, para minha surpresa, inclusive, fazendo a “utopia” não ir para frente.
Tempo depois me propus a disputar a eleição, tive oposição de vereadores(as) do meu grupo, que preferiam votar em alguém do grupo Azul, do que indicar meu nome.
Mesmo assim persisti na minha ideia e tentei construir minha candidatura, ainda essa semana recebi a promessa de ter os outros 4 votos do meu grupo, daí segui na articulação para conseguir mais 4 votos que me fariam presidente da casa.
As 16:00 horas do dia da votação consegui os votos dos 4 vereadores situacionistas, que de pronto já tínhamos a chapa formada encabeçada por mim é composta com os vereadores Nega, Flávio Pontes e Vando da Sertec. Por isso, fui para Câmara com a certeza de minha eleição.
Infelizmente, na hora H, com a chapa já formada, alguns integrantes do meu grupo decidiram descumprir sua palavra e formaram outra chapa que veio no fim a ganhar a eleição. Dói lembras as conversas, desde o início que muitos diziam que não devíamos nem ter candidato e ceder à pressão do grupo azul, e também, ter o voto prometido e na hora não se realizar.
As lideranças do grupo me deram total apoio, a resistência não surgiu deles, e sim de alguns companheiros de câmara, inclusive da que fazia parte da chapa.
De qualquer forma sigo com minha cabeça erguida. Tenho certeza de ter honrado minha palavra e dado o meu melhor. Tudo é no tempo de Deus, seguirei lutando para que a política seja um espaço para se construir coisas boas. Independente das cores partidárias o que deve se sobressair são as cores de nossa cidade.”
