Nas últimas semanas, fotos do prefeito de Petrolina, e eventual pré-candidato ao Governo de Pernambuco, Miguel Coelho (MDB), sendo recebido pelo govenador Paulo Câmara (PSB) no Palácio do Campo das Princesas e do seu pai, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) ao lado do prefeito de Recife, João Campos (PSB), em um evento na capital federal, acenderam nos bastidores da política estadual, a possibilidade de reaproximação da família Coelho com a Frente Popular.
Após ser indiciado pela Polícia Federal, por suspeita de recebimento de propina quando era ministro da Integração Nacional no Governo Dilma, Fernando Bezerra Coelho, ainda líder do Governo Bolsonaro no Senado, teria perdido parte do seu protagonismo na Câmara Alta e desde então, estaria tentando pavimentar um retorno ao grupo político que comanda os destinos do Governo do Estado desde 2007.
Para afiançar este retorno, Fernando teria inclusive feito acenos para o ex-presidente Lula, que poderá ter um papel importante na formação dos palanques no próximo ano, inclusive no estado.
Posturas do deputado federal Fernando Filho (MDB) na Câmara dos Deputados, votando contra matérias de interesse do poder executivo, como o a PEC do voto impresso onde ele fez parte dos 19 parlamentares contrários à matéria também seriam indícios de um possível rompimento.
Mas o retorno de Fernando à Frente Popular não seria saudado por todos que integram o grupo. Político de fácil adaptação a diferentes espectros ideológicos, FBC, que fez parte dos governos Lula e Dilma, e atualmente faz parte da base do Governo Bolsonaro, foi alvo de críticas, entre outros políticos, do deputado estadual João Paulo (PCdoB), ex-prefeito do Recife.
Em entrevista que vai ao ar hoje no programa Frente a Frente, com Magno Martins, na Rede Nordeste de Rádio, João Paulo disse que Fernando seria “um grande sapo, difícil de ser digerido”.
As críticas não pararam por aí, João Paulo ainda taxou o senador como oportunista.
“Parte da sua trajetória, de viver pulando de galho em galho para tirar proveito próprio”, disse.
O deputado reforçou que seu pensamento não é unânime no Partido dos Trabalhadores, legenda onde estaria desembarcando visando as disputas do próximo ano, mas de boa parte dos líderes.
Resta acompanhar como será a movimentação dos outros integrantes de legendas que fazem parte da Frente Popular com relação aos integrantes da família, sobre suas posições no Congresso Nacional e no alto sertão pernambucano para identificar como seria acolhido esse possível retorno, em conversas de bastidores, com outros integrantes da Frente, a presença de Fernando no palanque não seria fator determinante para as eleições do próximo ano, e caso retorne, seu nome não seria o preferido para a disputa para o Senado, sendo assim, poderia ter que sacrificar uma das postulações da família.