Os festejos juninos de Caruaru, considerado um dos maiores do Brasil, não devem receber manifestações políticas de nenhum sentido, como aconteceu recentemente no festival Lollapalooza em São Paulo.
Através do edital de contratação dos artistas, a prefeitura de Caruaru faz uma exigência aos artistas, informando que atrações que “expressem conteúdo político de qualquer natureza” não seriam contratadas.
O edital, que teve início no dia 31 de maio, foi encerrado na última quarta-feira (18), data a partir da qual as atrações dos polos foram anunciadas oficialmente pela prefeitura.
O presidente da Fundação de Cultura de Caruaru, Rubens Júnior, disse ao coletivo de jornalismo independente Marco Zero, que não enxerga a medida como censura, afirmando ainda que a cláusula do edital se trata de uma “recomendação aos artistas”.
No entanto, o edital afirma que o descumprimento da cláusula pode levar à rejeição da prestação de contas e, por consequência, a suspensão do cachê da apresentação.
Nas palavras de Rubens Júnior, o que está sendo contratado não são as posições dos artistas e sim suas apresentações.
“O que que a gente está contratando não é a posição política do artista. Se ele faz isso num teatro, as pessoas pagam para assistir ao show dele. Eu mesmo vou e bato palma quando é a meu favor e vaio quando é contra a minha posição política. Mas é um show privado. Um show com recursos públicos. A gente tem que ter essas precauções”, afirma.
A partir do anúncio público de que manifestações políticas serão proibidas no evento, o público se manifestou afirmando que estará atento nas principais apresentações, lembrando inclusive que na grade de programação do evento, consta um show da Banda Brucelose, cujo criador é o ex-ministro e pré-candidato ao Senado Gilson Machado Neto (PL), que deve inclusive acompanhar a apresentação no dia 23 de junho ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL).
