Deixa contar uma pequena história pra vocês. Há 10 anos, numa tarde quente de quinta-feira, recebi uma ligação por volta das 16h e fui surpreendido: se tratava de um convite para que apresentasse um programa de rádio. Com um acréscimo: pela primeira vez e sozinho!
Nervoso, respondi que sim, sem pensar muito, afinal de contas, o programa também começaria em pouco menos de duas horas, teria que apressar a produção. Estava há apenas 30 dias na produção de pauta, ainda não tinha falado ao vivo e poucas aparições em material gravado.
Foi mais ou menos nesse cenário, que em 2013 iniciei minha jornada no rádio. A ligação foi do jornalista Gilberto Silva e o programa era o ‘Direto ao Ponto’, transmitido pela Rádio Vale do Capibaribe, há época, operando na frequência AM.
No finalzinho da tarde de 21 de novembro de 2013, chego à emissora em um estágio de ansiedade fora do normal, numa mistura de sensações que, até hoje, não consigo decifrar e explicar de maneira muito clara. Ao mesmo tempo em que querei iniciar o mais breve possível, também desejava que o intervalo comercial demorasse, afim de respirar um pouco mais e colocar as ideias em ordem.
O operador da mesa de som, informa: ‘começa em dois minutos’. Era apenas o tempo de término da ‘Ave Maria sertaneja’ com Gonzagão.
Ofegante, trêmulo e com aquele frio na barriga, numa liberação de adrenalina nunca antes sentida, dou o ‘boa noite’ minutos após as 18h.
E foi… a sensação é indescritível!
Ao longo desses dez anos, muitas etapas. Houve inúmeros erros e falhas que foram cometidas. Outro tanto de acertos foi alcançado, descoberta de atalhos, ajustes, correções, puxões de orelha, muita aprendizagem e novos desafios aceitos.
Tenho plena convicção que acomodação não combina com a necessidade de transmitir algo, ao menos, aceitável e plausível, para quem liga um rádio. A busca incessante por um conteúdo de qualidade a cada dia, deve-se ao fato de compreender que existe alguém do outro lado do aparelho que merece respeito, um mínimo de esforço, dedicação e razoabilidade em cada mensagem.
Costumo dizer que o ‘frio na barriga’ não me largou desde aquela tarde de quinta. Não foi embora tempos depois da estreia, quando cheguei à Rádio Polo e iniciei os trabalhos no programa ‘Cidade Notícia’, onde estou há quase oito anos. Esse frio na barriga não me esquece no início de cada edição. Mais que um alerta é meu companheiro, parceiro e meu amigo fiel.
É uma marca para advertir e indicar, sempre, que existe uma responsabilidade gigantesca nisso tudo. Deixa a certeza diária que alguma coisa melhor pode ser produzida a cada dia, a cada hora, a cada instante.
Obrigado a cada amigo, ouvinte, colega e incentivador. Vocês são dez!