O Fantástico da Rede Globo exibiu reportagem no último domingo (03), mostrando como agem influenciadores do ‘Jogo do Tigre’, plataforma online que, na promessa de ganhos acima da média, enche os olhos de internautas ávidos por um dinheiro extra e consegue milhões de adeptos enriquecendo alguns espertalhões. Dentre os espertalhões, estão aqueles que efetivamente controlam o jogo e os ditos ‘influenciadores’, que aliciam mais pessoas para a plataforma.
Não são poucas as publicações com supostos vencedores ostentando dinheiro, joias e carros de luxo. A polícia aponta que se trata de um esquema criminoso de apostas, que deixa muita gente no prejuízo.
Bem, a coluna Ponderação de hoje, não é sobre o jogo em si, que é considerado ilegal, não tendo nenhum tipo de regulamentação no país, como explicado, inclusive, por um especialista em direito na própria reportagem do Fantástico. O assunto é sobre ‘influencer digital’.
Devo antecipar que sou ultra favorável à democratização dos meios de comunicação. A internet, em certa medida, possibilita essa ideia. Me preocupa, no entanto, a nação de ‘doutores sem doutorado’ espalhando nas redes um pseudoconhecimento sobre tudo e mais um pouco. Pessoas que se especializaram no nada para ensino do tudo.
Vozes de grande alcance, em virtude da quantidade de seguidores que, com suas verdades absolutas, impulsionam e modificam rotina de milhões de pessoas, desde algo razoavelmente simples, na moda, com roupas e calçados, até algo mais sério, complexo e preocupante, como por exemplo na saúde, eventualmente propagando remédio e métodos sem comprovação científica para dietas distorcidas e potencialmente maléficas. Nos negócios, há quem aponte rotas simplistas e o ingênuo ‘basta acreditar’ para chegar ao êxito, atrelado ao ‘especialista’ da área financeira, na venda da promessa de riqueza super fácil, com ilusão, pirâmides, joguinhos malucos e fraudes.
Os exemplos positivos existem. Tem muita gente boa e responsável, fazendo um trabalho destacável nas redes. Gente preocupada com conteúdo, que pesquisa, estuda e repassa o que domina. Profissionais atentos à realidade de novos mercados, mas que se aprofundam em leituras sobre marketing e comunicação digital, gestão de mídias sociais, aprimora métodos de produção, estão abertos aos esclarecimentos e são cautelosos e comprometidos em suas áreas.
Mas, exemplos negativos não faltam, no excesso de banalidades em formato de aparente conhecimento, sem qualquer base, nem responsabilidade com a informação. É justamente em virtude desses, que se faz necessário o alerta e a atenção para o filtro de tudo aquilo que é consumido.
É importante o discernimento de que existem realidades sociais diferentes pra, no mínimo, evitar frustação, com os luxos vistos e não conquistados num estalar de dedos.
É primordial a compreensão lógica de que influenciador digital não é guia de vida.
É fundamental a noção precisa de que opinião não é fato.
