Não é incomum, relatos de que diversos homens só procuram especialistas na área da saúde, quando já não suportam determinada dor ou apenas após a insistência de uma mulher, em muitos dos casos a esposa, amiga, irmã, mãe ou filha. Em algumas situações, um tema é ainda mais evitado por um constrangimento infundado e, na sua irracionalidade, acabou por se tornar parte de um problema maior.
A campanha ‘Novembro Azul’ é altamente importante por funcionar como uma espécie de lembrete para que os homens se atentem à prevenção e ao tratamento de um mal, que deve afetar cerca de 72 mil pessoas a cada ano, até 2025. Os dados são da publicação Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil, lançada pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA).
A Estimativa, aliás, serve como ferramenta primordial no planejamento para área oncológica e fornece informações basilares para a definição de políticas públicas no Brasil.
É necessário reforçar que a negligência e a resistência com o toque retal, método de exame fundamental para o diagnóstico precoce da doença e, consequentemente, maiores chances de cura com tratamento, evidencia a construção de uma sociedade machista e preconceituosa, que vai na contramão da sensatez e do conhecimento, elementos capitais para a salvação de vidas.
A postura carregada de tabus se manifesta como confirmação de falha na nossa construção social e suas consequências são explicitamente danosas para a saúde individual do homem, bem como prejudicial para a conscientização de futuras gerações.
Não apenas nesse tema, mas com ele deixo um claro exemplo, de que é preciso o comprometimento diário pela quebra de barreiras construídas na irracionalidade e que efetivamente causam dor e sofrimento. Obstáculos fruto da ignorância alicerçada, sobretudo, numa masculinidade tão frágil.
Considero que todo espaço de conscientização seja válido, nesse caso, pela saúde, pelo conhecimento e pela vida.
Obrigado pela leitura e até a próxima.
