“Toc, Toc!”, o excesso da mania – Por Janaína Souza

Uma das formas de prevenção do coronavírus é a higienização do corpo, principalmente das mãos, e dos ambientes em que as pessoas se aglomeram. Devido a esses constantes cuidados, tem aumentado o número na população de pacientes com altos níveis de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).  

As pessoas que apresentam esse transtorno sentem a ansiedade o tempo todo junto a pensamentos que são intrusivos, que sempre se repetem e de cunho negativo.  

Tais pensamentos repetitivos (obsessivos) promovem as ações repetitivas (rituais, compulsões, manias) como forma de neutralizar o sofrimento psíquico que as obsessões trazem.  

O TOC não está relacionado apenas à limpeza e ao medo de contaminação. Ele também se mostra no excesso dos pensamentos e ações no âmbito religioso, sexual, de simetria, alimentação, exercícios físicos etc. É um dos transtornos mais desafiadores de serem tratados tanto no que diz respeito da psicoterapia como no uso de medicações.  

Indivíduos que expressam essa dificuldade tem um perfil de personalidade perfeccionista e controlador. Geralmente não lidam bem com falhas – principalmente as suas – e possuem a “ilusão” de controlar a vida.  

Outro fator que colabora para o aumento dos números dos casos de TOC, é o fato de estarmos inseridos numa sociedade e cultura perfeccionistas que estimula o ser humano a buscar padrões cada vez mais inatingíveis e negar todo e qualquer tipo de sofrimento.  

O grande desafio do paciente que apresenta características de TOC é flexibilizar seu jeito de ser e de perceber as situações da vida pois a psicoterapia e a medicação não mudam personalidades. Se precisar, procure ajuda e não se culpe por isso.  

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