Com professores presentes na reunião da Câmara de Vereadores nessa quinta-feira (17), o principal assunto na tribuna da Casa girou em torno, justamente, da greve estabelecida pela classe no município. Sindicato e gestão municipal não chegaram, até o momento, a um acordo sobre o aumento salarial.
Primeiro a discursar, Emanuel Ramos frisou que a causa dos professores ‘é mais do que justa’ e que os eles têm salário inferior ao que merece.
Para a vereadora Nega, o prefeito ‘não consegue elevar o aumento, porquê a folha estaria inchada’. No fim, mostrou uma folha com uma digital imensa. “Essa seria nossa assinatura, se vocês não estivessem aqui”, falou a parlamentar, sob aplausos dos presentes.
Caetano Motos falou em ‘momento triste’ e levou à tribuna áudio do prefeito Fábio Aragão, onde falava sobre repasse e aumentos salariais para os professores. Para o oposicionista, o gestor não estaria cumprindo com sua promessa de campanha.
O vereador Zé Boi afirmou que haveria valores direcionados da educação (segundo ele, aproximadamente 14 milhões em dois meses do FUNDEB) e que o prefeito poderia evitar o desgaste’. “Ele pensa que alguém é louco? Dizer que não tem dinheiro?”, questionou e pediu que vereadores de Situação conversassem com o prefeito e evitassem estender o impasse.
A vereadora e professora Jéssyca Cavalcanti taxou o prefeito de “mentiroso” e afirmou que a presença dos professores na rua seria culpa do prefeito. “O prefeito mente descaradamente, trata com desdém a categoria dos professores. O prefeito que está aí vai para a rádio e diz que não quer aportar nada. O que falta é prioridade. Fábio Aragão, os professores estão nas ruas e a culpa é sua!”.
O oposicionista Zeba (PDT) declarou total solidariedade aos professores e rebateu aquilo que chama de ‘falta de dinheiro’ para conceder o aumento dos profissionais da educação. “Quando se fala que falta dinheiro, mas denunciamos aqui superfaturamento nos materiais escolares. Quinze meses se passaram e quando vem iniciar as reformas, as aulas voltaram”, pontuou.
Governistas
Sobre a polêmica, aliados de Fábio Aragão argumentaram que o diálogo precisa ser mantido.
Augusto Maia disse que ‘sempre parabenizou quando qualquer classe se junta para buscar seus objetivos e que não será agora que vai mudar’.
Para Augusto, o papel do vereador nesse momento é manter uma ponte de diálogo para tentar resolver a questão. O vereador lembrou que outros municípios não conseguiram chegar ao valor de reajuste de 33,24%, mas assegurou que estará sempre disposto a ‘ser a esse elo’, entre professores e gestão.
O líder do governo na Casa, Flávio Pontes, frisou que participou de reuniões com a classe, enfatizou que considera a cobrança legítima, mas destacou o papel da gestão, num trabalho técnico nas finanças, para chegar a um denominador.
Quem está com a razão? – Carlinhos da Cohab também disse que a luta é válida e que nunca votou contra benefícios para a classe, além de desejar ‘boa sorte’ aos professores.
“Vamos solicitar que venha o pessoal da contabilidade venha para explicar essa situação. E vou ser favorável a quem estiver com a razão”, falou.