IBGE: metade da água tratada de Pernambuco é perdida antes de chegar à população

Essencial para a vida, a água não chega igual para todos. A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, realizada pelo IBGE em 2017, divulgada nessa quarta-feira (22), apontou que Pernambuco tem o menor volume de água consumida por dia do Brasil. O volume distribuído sofre perda no processo de distribuição, chegando a mais de 50% da água tratada no Estado, de acordo com o IBGE.

Na pesquisa é possível observar que a distribuição de água chegou a ser racionada em ¾ dos municípios pernambucanos em 2017. Dos 184 municípios do estado com água canalizada, 138 (75% do total) tiveram algum tipo de racionamento de água em 2017, período de referência da pesquisa. Esta proporção é superior à brasileira, de 20,8% e também à média do Nordeste (42,5%), região que concentra a maior proporção de municípios que sofrem com o problema.

O tratamento de esgoto também foi analisado pela pesquisa, que concluiu que o serviço chega a pouco mais de um terço das cidades. De acordo com o levantamento, 34,2% das cidades pernambucanas tratam o esgoto que coletam, sendo o quarto pior índice do país, perdendo apenas para Sergipe (33,3%), Amazonas (25,0%), e Amapá (16,7%).

O resultado da pesquisa do IBGE demonstra que as redes de água e esgoto têm uma distribuição irregular no estado, concentrando-se nas áreas urbanas.

De todos os 185 municípios do Estado, apenas Inajá afirmou não ter rede geral de abastecimento de água em funcionamento no ano de referência da pesquisa. Contudo, 56 cidades pernambucanas (30%) informaram que não havia rede geral de distribuição de água na área rural.

A Compesa informou que, no interior, atua com dois grandes projetos para ampliar e implantar sistemas de coleta e tratamento de esgoto e revitalizar a bacia dos rios Ipojuca e Capibaribe.

O Programa de Saneamento Ambiental da Bacia do Rio Ipojuca vai beneficiar 1,2 milhão de pessoas de 11 cidades do Agreste, com um investimento de U$ 330 milhões, recursos do Governo de Pernambuco e BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Pelo programa, já foi concluída a obra do SES Tacaimbó e o SES Gravatá. A previsão é finalizar outras obras ainda neste ano. 

Já Programa de Sustentabilidade Hídrica de Pernambuco abrange obras de implantação de sistemas de esgotamento sanitário em Santa Cruz do Capibaribe e Surubim, e a elaboração de projetos para 16 municípios: Feira Nova, Carpina, Toritama, Brejo da Madre de Deus, Bom Conselho, Ribeirão, Bonito, Pombos, São Bento do Una, Pesqueira, Serra Talhada, Tracunhaém, Vitória de Santo Antão, Paudalho, Limoeiro e Salgadinho. O Programa desembolsou U$ 190 milhões, recursos financiados pelo Governo do Estado junto ao Banco Mundial para beneficiar 3,5 milhões de pessoas.

Por fim, a Compesa informou que analisará em detalhes os dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, divulgada nesta quarta (22) pelo IBGE, para uma avaliação mais aprofundada dos indicadores apontados pelo estudo.

Folha de Pernambuco

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